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06 de Janeiro de 2015


Hipnoterapia - uma das abordagens.


Praticamente todas as formas conhecidas de terapia podem ser realizadas no estado hipnótico. A grande vantagem é que, ao diminuir ou contornar as resistências (estados naturais de defesa da auto-estima que, freqüentemente, implicam na tentativa de manter o status quo) permitem um acesso mais fácil aos núcleos de conflito possibilitando uma resolução mais rápida.

Uma das práticas mais comuns da hipnoterapia implica em uma seqüência de passos. Primeiro especificar a dificuldade e estabelecer com o paciente seus objetivos. Segundo, conversar sobre a dificuldade procurando uma localização corporal, uma representação imaginária do problema, uma possível representação da solução. Terceiro, a indução do estado hipnótico e utilização de estratégias que facilitem a atuação da Mente Inconsciente em busca de soluções. Quarto, uma reflexão da situação vivida e propostas de tarefas e atividades onde a Mente Consciente participará complementando o trabalho.

Partimos sempre do pressuposto de que a pessoa traz consigo todos os recursos necessários para superar qualquer dificuldade. Daí a utilização de suas próprias representações mentais, com a vantagem de se usar o imaginário, linguagem mais ligada ao hemisfério direito do cérebro, que, segundo alguns teóricos, corresponderia ao Inconsciente.

EXEMPLO

Uma jovem, na proximidade de um teste para um emprego, relata angústia e uma expectativa ruim. Perguntada sobre a localização da angústia disse tratar-se de uma sensação desagradável na cabeça, semelhante a uma barra de ferro. Quanto à expectativa, era uma sensação de frio na barriga, semelhante a um ciclone. Ao ser questionada sobre a solução veio-lhe a mente a sensação de calma e a imagem de um mar azul e tranqüilo. Tínhamos, assim, todos os elementos para fornecer à Mente Inconsciente.

No estado emocional especial, ou estado hipnótico, foi solicitado à Mente inconsciente que, lidando com os elementos disponíveis e, utilizando-se de toda sua sabedoria, procurasse uma solução.

Há pessoas que relatam viagens em imagens diversas, há outros que simplesmente se desligam e sentem-se relaxados confortavelmente, alguns se lembram de tudo o que foi dito, outros têm uma amnésia completa.

Como saber, então, dos resultados? Às vezes já na própria sessão o paciente relata alívio do mal estar. Outras vezes a melhora surge no decorrer dos dias, como uma experiência espontânea de harmonia e tranqüilidade, "surgindo de dentro".

Agrada-nos acreditar que o trabalho com a hipnose Ericksoniana ativa os processos naturais de cura, diferente daquela antiga, abandonada oportunamente por Freud, que tentava resolver os sintomas através de sugestões autoritárias de fora para dentro.

Liberato e Clenice

 

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